Outra boa notícia: GT1 do ENANCIB

Muito bom!

O artigo DA POSSIBILIDADE DE UMA TEORIA PURA DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, em coautoria com o professor Andityas Soares de Moura Costa Matos foi aprovado para a apresentação no GT1 do XIII ENANCIB na modalidade Oral, em outubro no RJ.

É o primeiro fruto do Estudo Especial “Da possibilidade de discussão de uma Teoria Pura da Ciência da Informação”, sob a orientação do professor Andityas, realizado durante o doutorado.

Resumo: O artigo discute a fragilidade epistemológica da Ciência da Informação a partir da adoção de um termo polissêmico como objeto científico, e a similaridade dessa situação com o contexto da criação da Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen. Após a apresentação de algumas definições sobre o objeto da Ciência da Informação, discutem-se alguns reflexos relacionados à identidade científica e à fundamentação teórica derivadas de um objeto polissêmico. Apresenta-se uma breve introdução à Teoria Pura do Direito e algumas reflexões sobre a possibilidade de uma Teoria Pura da Ciência da Informação.

Palavras-chave: Ciência da Informação. Ciência do Direito. Epistemologia. Objeto científico. Teoria Pura do Direito.

Artigo aceito!

Meu artigo “O papel da tecnologia na construção do conhecimento” foi aceito para publicação na NAVUS – Revista de Gestão e Tecnologia, do SENAC de Santa Catarina.

Deve sair no próximo número!

Resumo: O artigo discute a tecnologia como uma extensão importante do ser humano capaz de ampliar seus horizontes de aprendizagem e relação com o mundo – uma ferramenta que pode ser adaptada continuamente para contribuir no processo de desenvolvimento da humanidade. Após a discussão sobre o processo de comunicação ilustrado por Foskett (1990), o artigo discute o papel da tecnologia na formação da identidade individual e coletiva. São apresentados alguns estudos em andamento para demonstrar que as possibilidades tecnológicas, no sentido aqui abordado, são praticamente infinitas – assim como as implicações éticas e a necessidade de estudos aprofundados sobre essas questões.

Palavras-chave: Tecnologia. Comunicação. Identidade. Conhecimento.

Sistemas de Informação X Sistemas de Informática

Após uma longa fase enigmática, a informática dos mainframes cedeu espaço ao computadores pessoais, e observamos uma mudança radical na integração desse setor com as outras áreas das organizações. Além da mudança no perfil dos profissionais, o desenvolvimento de sistemas in-house passou a ser rapidamente substituído pela compra de pacotes prontos oferecidos pelo mercado.

É claro que ganha-se tempo quando um produto já está “pronto” para ser instalado, e também não é necessário mais um envolvimento com a rotulada “área de informática”. Mas precisamos estar atentos a vários pontos envolvidos na compra desses pacotes. A seguir, buscamos identificar alguns desses pontos: custo muito elevado, geralmente ultrapassando o valor orçado; a manutenção corretiva no horário de trabalho, sem critério padronizado, que, além de depreciar os equipamentos, impacta negativamente o tempo de trabalho dos profissionais que dependem do equipamento; a  falta de segurança no acesso às funções dos sistemas, e também de uma opção estruturada de rastreamento para auditoria; a falta de uma metodologia de desenvolvimento de sistemas, gerando uma miscelânea de formas de acesso e pesquisa, dificultando tanto a manutenção futura quanto a aprendizagem dos usuários; a falta de uma estruturação dos fluxos de informação, que gera retrabalho e duplicidade (ou até mesmo ausência) de informações; a  falta de um gerenciamento efetivo das demandas e de uma escala de prioridades para atendimento.

A maioria desses problemas pode ser inserida em um paradigma orientado para Sistemas de Informática, no qual nem todo o processo de geração das informações é automatizado. Dessa forma, fica difícil até mesmo mensurar o custo real da área de Tecnologia da Informação, caso os problemas acima sejam considerados.

Vinculada às Diretrizes estabelecidas no Planejamento Estratégico, uma Política de Tecnologia da Informação pode contribuir imensamente no controle dos custos citados anteriormente, ao definir diretrizes para a compra de equipamentos e softwares, contratos com terceiros, padronização, segurança e capacitação, entre outros.

Principalmente pela aderência em relação ao Planejamento Estratégico, essa Política pode auxiliar na constituição e manutenção de um novo paradigma: a adequação da Tecnologia da Informação às necessidades da organização. Por exemplo, podemos citar alguns sistemas integrados de informática que contribuem para a otimização de processos internos, o que reduz custos e afeta diretamente a composição do preço final dos produtos e serviços da empresa, diferencial importante em um ambiente competitivo. Mas essa redução de custos é possível para qualquer empresa que possua o pacote. Novamente, a forma de exploração das informações desses pacotes, e não somente os sistemas de informática, pode ser o diferencial competitivo.

Dessa forma, a informática (Tecnologia da Informação) é uma ferramenta de suporte aos sistemas de informação, permitindo a otimização de certos processos pertinentes a esses sistemas. Um dos grandes diferenciais competitivos desses sistemas consiste no desenvolvimento de uma base de informações integradas e na exploração criativa e única de cada empresa sobre essa base. A informação, sob essa ótica, pode ser considerada um recurso crítico para o sucesso, e sua estruturação é o grande desafio para que as empresas possam sobreviver no ambiente globalizado.

Como exemplo, podemos citar o Datawarehouse e o Datamining, tecnologias aprimoradas para o tratamento de um grande volume de informações (Terabytes). Elas dependem não somente das informações armazenadas, mas também da confiabilidade dos processos que geraram essas informações e da capacidade de análise das informação, que envolve, entre outros, o conhecimento sistêmico do negócio da empresa. Nesse contexto, os sistemas de informação ampliam a dimensão técnica dos sistemas de informática ao agregarem o componente humano e as informações tácitas envolvidas no processo, interligando elementos do Planejamento Estratégico e da Inteligência Competitiva, entre outros.

Assim, o grande desafio consiste na integração dos sistemas de informática, compatibilizando as informações desses sistemas (em conteúdo e semântica) e permitindo sua exploração de forma criativa, única para cada empresa. Todo o processo de captação, compatibilização e exploração dessas informações, bem como sua análise e disseminação, são aspectos fundamentais de sistemas de informação (que utilizam sistemas de informática como suporte).

Seria a Ciência da Informação um “camaleão científico”?

O camaleão é representante de um grupo de animais curiosos, que assumem diversas formas para se defender e sobreviver. Na iminência do perigo, ele demonstra seu mimetismo vigoroso. É possível aos pesquisadores estudarem separadamente cada “ocorrência” desse mimetismo, cada momento de transformação. Mas essas diversas “visões de camaleão” comungam de uma premissa essencial: trata-se de um camaleão, antes de tudo. Nesse sentido, ele representa uma estrutura (camaleão) flexível (capaz de assumir diversas cores). Mesmo que no futuro sejam descobertas novas formas de adaptação do camaleão, ainda sim o conhecimento sobre essa sua estrutura será proveitoso, organizado e fundamental. Ele possui uma estrutura que permite diversos arranjos, cores que se confundem com o ambiente – mas ainda sim, é um camaleão.

Seria a Ciência da Informação um “camaleão científico”? Podemos considerar cada cor assumida pelo camaleão como um sentido epistemológico diferente, e classificá-lo como poli-epistemológico – parece ser este o cenário atual da Ciência da Informação. Mas não seria interessante refletir sobre uma epistemologia direcionada à sua “estrutura flexível”, e todos os múltiplos sentidos na verdade corresponderiam a um mimetismo vigoroso dessa Ciência? Nesse caso, resta ainda a descoberta de sua “estrutura flexível”.

O termo “informação” pode assumir várias definições ou interpretações que dependem do contexto: cada trabalho produzido utiliza uma dessas definições, justifica-se nesse determinado contexto, e insere-se na área. E, de acordo com a definição adotada, fica claro que ele pertence à área – o trabalho, em si, é coerente. Mas múltiplas definições (nos diversos trabalhos) não podem significar, em certo sentido, múltiplos objetos com um nome comum? O objeto de uma ciência pode ser redefinido a cada trabalho? Em caso positivo, esse objeto ambíguo não torna frágil a Ciência da Informação? Como avaliar as contribuições para a área, se cada trabalho for coerente a partir de uma definição diferente adotada para o termo “informação”? Cada vez mais não seria reforçada a fragmentação, a dispersão, a não convergência? Como ser interdisciplinar, justificar-se interdisciplinar, se antes não se consolidar intradisciplinar?